quinta-feira, 28 de junho de 2007

Enigmas

Fico a olhar para ele, aqui na mesa, silencioso
Apetece-me ligar-te, mandar-te uma mensagem
Mas é impossível, fico quieta, a pensar,
Penso em ti e não chego a nenhuma conclusão
A não ser a evidente...

Lembro-me daquela noite fria, algures no deserto
Das poucas horas de conversa em que houve muita conversa
Em que me puseste furiosa com os teus enigmas
Mas a noite anterior foi a decisiva
Porque embora longe... a música, as mensagens, a “discussão”
Revelaram a evidência… quase ao raiar do Sol
Já houve tantos encontros e desencontros
Tantos sins, tantos nãos, tantos regressos, tantas partidas
É complicado demais para algo tão simples
Ou será que tornámos tudo em simplesmente complicado?
Terei sido eu? Terás sido tu?
Não sei, quero que voltes e ao mesmo tempo não quero
Desisti sem querer desistir porque falta uma peça do puzzle
A mais importante de todas, a que tu escondes
Mas também se a confirmasses o puzzle ficaria completo
E eu já não sei se quero descobrir, se é o que penso ou não
Não quero saber se tenho razão... de que serviria? Ou seria bom?

Vou fugir, embrenhar-me no deserto e ficar por lá
Vou dar voltas e voltas até passar o tempo
Vou fechar os olhos para não te ver
Tapar os ouvidos para não ouvir o som da tua voz
Aqui a martelar na minha cabeça, horas a fio
Vou ignorar a maquineta silenciosa
Fingir que não te quero ler nem ouvir
Vou esquecer as saudades
E vou fechar-me na minha concha
Depois recomeço tudo como sempre
Ao fim e ao cabo…


In the depth of winter I finally learned that within me there lay an invincible summer

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ele chegou...






Passos na noite, alegres, saltitantes, movidos,

Pés descalços na areia, molhados pela água morna,

Salpicados pela espuma cremosa de ondas suaves,

Que mansamente invadem a margem de tons champanhe,

Risos na noite estrelada, à luz do luar de prata,

E dos néons que piscam lá muito ao fundo,

Tal como pirilampos numa noite de Verão,

Aragem quente e forte que traz um ramalhete de aromas,

E os sons da alegria que se ouve no alto da falésia,

Gargalhadas sonoras e músicas ora mexidas, ora lentas,

São os sinais de uma estação que chegou pontualmente,

Trazendo memórias de mel e esperanças de açúcar,

Sabor a figos e alfarrobas com tons de verde e chocolate,

Ecos da lenda de uma princesa das neves alvas,

Envolta numa chuva de amêndoas caída das flores,

Das árvores da terra vermelha de um sul especial,

Num horizonte de rosas, amarelos, e laranjas,

Descendo a pique em mares azuis-escuros e turquesas,

Cobertos de limos de maresia,

Ele chegou assim, majestosamente, o Estio.

Gosto de gostar


Bem-vindos ao meu novo cantinho.



Bijujinhos


.*.*.K.*A.*K.*A.*U.*.*.