Para a Um Momento

Hoje ao ler o teu blog, querida Mi, fiquei muito triste.

Senti muita desilusão e muita dor. Tudo o que dizes é verdade, há mesmo quem não saiba o que é um simples Gostar. E Gostar é tão simples, tão fácil de dar, está dentro de nós para partilhar sem nada pedir!

Porque será que tantas pessoas ignoram a nossa mão quando a estendemos? Tinha aqui um texto para publicar, “dedicado” a duas pessoas que muito falam, muito escrevem, mas que nada sabem acerca do Sentir, do Gostar. Vou deixá-lo hoje porque vai mesmo de encontro ao que dizes, afinal nas nossas vidas cruzam-se sempre pessoas assim… tão distantes das batidas do coração, ainda que pensem que as têm.

Mas Tu, querida Mi, a quem eu fui conhecendo aos poucos, que me baptizaste como Cinderela de Chocolate, que tanto dás a todos, tanto carinho e tanta amizade, tens de voltar ao teu lugar porque todos os que visitam o teu blog e que te lêem não podem ficar sem as tuas palavras. Tu és uma pessoa muito positiva e de ti emanam energias de bem-querer, por isso espero que voltes ao nosso convívio muito brevemente.

Deixo-te um beijo sentido, um grande abraço, gosto-te ****)))))))

Maria

Teatros


Tantas palavras escritas… ditas… e… no fundo…
Tudo tão oco, tão ligeiro, tão pouco verdadeiro…



Palavras tão rebuscadas, tantos conceitos, tantas filosofias…

Num labirinto de ideias das quais ignoramos o rumo

Estados de alma do mais lúgubre ao mais exultante

Promessas infindáveis que ultrapassam o horizonte

Tanto interesse, tantos elogios, tanto discurso

Insinuações profundas de desejos mil



E… no entanto… quando cai o véu…
Quando a cortina se descerra…



Mentes que viajam num mundo de puro Egoísmo…

Ouvindo apenas o eco das suas vozes, das Suas Vontades…

Nunca nos Escutam, nunca nos Olham…

Não Nos Sentem nem tão pouco se Importam

Apenas nos usam como palco para as suas actuações

Somos apenas Espectadores do inverosímil…



Muito se engana neste mundo, muito se trai, muito se magoa…

E quem o faz nunca se lembra que há sempre o retorno…

Que um dia tudo lhe será cobrado… uma e outra vez…

Ainda que vivam envolvidos em luzes… serão sempre de néon…

E nunca a Luz que nos ilumina, a que nos Guia e nos Ampara

A Luz tão simples da Verdade que temos dentro de Nós…


Um dia… um dia escutarão muitas vozes em redor…

Mas nunca serão as Verdadeiras…

As que nada Pedem e Tudo Dão…

Não viverão a solidão real…

Mas sentirão a Solidão da Alma… o Vazio…

E verão… talvez tarde demais…

Que o palco que escolheram, que o enredo que fingem…

Não terá nenhum espectador interessado…



Depois…



Quando voltarem aos bastidores

Saberão o que é estar… Só…

Não verão uma Mão estendida

Não sentirão um Beijo no rosto

Não verão um Sorriso quente

Não terão o privilégio de um Abraço

Assim… tão puros e singelos…

Dados com a alegria do Querer…




Sentirão a Vida como um labirinto sem saída…

Presos no mundo do que está à superfície…

Julgando ter chegado ao centro de algo…

Quando na realidade chegaram à Terra do Nunca…

Nunca aceitando as oferendas dos Simples Mortais…

Nunca mergulhando na transparência de um simples Gostar.