sexta-feira, 26 de abril de 2013

Perguntas
















Perguntaram-me como é que eu estou, se mais bonita, mais magra ou mais gorda…

Não me perguntaram se estou feliz, se tenho saúde, se tenho problemas, ou se tenho tristezas. Não me perguntaram se aprendi algo mais com os anos, se limei os meus defeitos, se os fiz desaparecer ou se transformei alguns em qualidades. Não, isso não me perguntaram. Certamente irão olhar-me de alto a baixo para ver onde andam as roupas de marca, as jóias e os eventuais sinais de riqueza material. Irão achar-me uma pirosa porque tenho um carro velho em vez de um grande bólide ou porque nunca fiz, pelo menos, uma dezena de plásticas e não tenho duas melancias de silicone.
 
Se tenho alguma riqueza mental e espiritual, se fiz do envelhecimento um meio de evolução e não de estagnação ou comiseração… isso não tem importância para algumas pessoas. É porque não sabem o que é o real sentido da Vida e o que fazemos neste mundo. Não sabem que viver não se traduz em quilos a mais ou a menos, ou em trapos e calcantes caros. Não sabem que acima dessas coisas, que também nos agradam, é certo, há os factores que são verdadeiramente importantes, os que contam para que se abram os horizontes do conhecimento perante o nosso olhar.  

Para algumas pessoas esta bola azul deve estar arrumada na prateleira de alguma loja e não há mistério algum. Mas, para mim, continua a ser um mistério como é que num mundo tão cheio de vicissitudes ainda há quem viva apenas na periferia da realidade e nunca dê valor ao que realmente tem valor.