quinta-feira, 12 de julho de 2007

História de O.


Dizem que os laços de sangue são os mais fortes… mas não são…

Depende dos laços a quem o sangue nos liga… e nem sempre temos nele quem mais nos estima…

Mais um ciclo que se fecha… mais um ente querido que parte… naquela viagem de ida sem volta…

Não sei se é melhor para quem deixa esta existência… sei que é pior para quem fica a recordar…

Quero lembrar aquele sorriso... o som daquela voz que conheço desde que sou gente… lembrar-me sobretudo daquela tarde de Inverno… tomando um chá… um café… rindo de algo específico… sem maldade… rindo apenas…

E tudo aconteceu de acordo com a sua vontade… nem o Sol se esqueceu de iluminar a manhã da sua terra...

Ficaram as minhas rosas… perfumadas… uma singela homenagem…

O olhar ficou mais vazio… mas no coração permanece a imagem…

E o filme afinal deixou um título que cobrou toda a sua realidade…

História de...
O.
1929 - † 2007

1 comentário:

Jasmim disse...

Perda, ausência que não sabemos se para todo o sempre...
Um choro, uma lágrima, um afago na alma...
Palavras que de nada valem, sorrisos que nem sequer nos consolam...
Com a recordação, os momentos, as imagens que impedem a lucidez de agir...
Vem a Saudade, cortante, parece que nos arranca o coração do corpo a sangue frio...
Magoa, revolta, sufoca o grito, não se quer aceitar, sabendo impossivel queremos que tudo não passe de um sonho, acaba-se por ser egoista, mas com a dor apenas pensamos no quanto seria bom se...
e se...
e se...
E tudo seria diferente se...
Como entendo o valor das lágrimas no momento da perda!

Um beijo doce, o beijo de sempre...
Jasmim