domingo, 26 de setembro de 2010

Flutuando...




Al-Gharb… poético… quente…
Sul do meu sangue… da minha alma…
Brisa suave… céu azul… horizonte rosa…
Noite de sonho… calma… morna…



 
Lua … majestosa… imponente…
Sonhos de beijos… carícias… ternuras…
Apaixonada… eu… docemente…
Flutuando… no que me seduz…
Pensando no Tejo… que te embala…
Lusa capital… luzes… cor…
Terra minha… berço… coração…
Tesouro que embala o meu tesouro…








quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sempre



Misturamo-nos na multidão, damos as mãos ao possível, empalidecendo o impossível que nos rodeia como uma bruma de tons cinza que tornamos num livre azul…

Percorremos os perigosos precipícios da imaginação, derrubamos muralhas intransponíveis, vivemos segundos de imagens em minúsculas fracções…

No castelo das minhas vontades erguem-se ameias secretas onde o meu olhar se perde em ti e a minhas mãos se aquietam na tua pele…

Perfumas o meu ar com desejos de nunca partir. O amanhã já rompe, mas não há melhor instante do que a chegada…

Transformas os meus dias numa tempestade que nunca está longe, uma chuva torrencial de beijos e lágrimas que me tira a sede da tua presença, um vento ciclónico que só me deixa respirar o teu corpo…

Fazes da minha vida um turbilhão de idas e voltas. Tento apagar o inesquecível, troco as voltas da estrada de mil cores… em vão… sempre…

E tu aí na sombra, atraindo-me implacavelmente para a tua teia, esperando… esperando que um sueste estrelado me leve nas suas ondas até às areias do teu deserto…

A tua imaginação alimenta-se da minha…

Exibes o teu poder…

E perdes-te no meu…

Sempre.






quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Agora



Apetece-me estar feliz agora, fechei o meu mundo ao Mundo, deixando apenas uma pequenina janela aberta. Sei o que se passa mas é como se não visse. Porque agora tenho de ser egoísta, preciso deste momento só para mim. Não consigo pensar em temas sombrios, apenas na luz e nas cores que me invadem o espírito. Este momento é só meu e pode acabar num minuto ou num segundo, quero senti-lo como se fosse infindável e pudesse sorrir 24h por dia. Deixo a realidade para depois, quero viver apenas a minha, embrulhada em sonhos e desejos. O meu coração é um diamante a faiscar alegria, envolvendo-me em suaves pensamentos. Quando for tempo de regressar volto para o mundo das nuvens também mais escuras. Mas agora todas as nuvens são como farófias celestes, brancas e doces, tingidas de solarengos rosas e azuis…






domingo, 12 de setembro de 2010

Primeiro andar








“Meu Deus, como é bom morar num modesto primeiro andar, a contar vindo do céu”…



Viver no primeiro andar tem as suas vantagens. E desvantagens também.

Está a totó rupestre a fazer as coisinhas de que mais gosta na calada da noite e ouve todo o tipo de sons que vêm da rua. Eles chegam, arrumam os carros e põem-se a conversar e a rir aos altos berros. São 5 da matina, mas para eles é como se fosse 9 da noite! Entre as gargalhadas e os alhos e bugalhos vão dando arrotos e soltando gases. Parece que fazem um concurso de quem consegue fazer mais barulho. São a fina flor da ralé.

Ao fim de meia hora de conversa de australopitecos e para australopitecos, a totó rupestre começa a magicar um plano de dissuasão. Pode entrar pela via diplomática e ir à varanda pedir que vão todos para a pata que os pôs ou descer e começar a distribuir chutos e pontapés ou, simplesmente, atirar-lhes um balde de água na tola. Também se lembra do clássico super foleiro “Vou chamar a polícia!” mas sabe que os agentes vão mas é aconselhar a pôr uns tampões nos ouvidos. Se não há pancada, nada feito, a totó que vá mas é para a cama que são mais que horas.

Enquanto pensa em todas as opções, os concorrentes do “Quem arrota e se peida mais” dispersam e acabam por ir mesmo para a pata que os pôs. Problema resolvido.




sábado, 11 de setembro de 2010

Salty, o cão-guia



Salty, o cão-guia, estava no 71.º andar com o dono. Este não estava a compreender o que se passava. O computador caíra ao chão, as paredes do escritório abanavam violentamente. Decidiu permanecer no recinto e esperar. Mas Salty andava às voltas nervosamente, avisando-o que era hora de descer.

As escadas já estavam repletas de pessoas que desciam apavoradas. Ninguém sabia a dimensão da catástrofe que estava a acontecer. A dada altura, o dono do cão-guia decidiu libertá-lo para que este pudesse escapar. E Salty avançou. Mas, de repente, voltou atrás, subiu e juntou-se ao dono, numa demonstração de amor e abnegação tão própria dos animais. Estavam juntos, na vida e na morte. Ou se salvavam ou morreriam os dois.

E foi assim que este maravilhoso labrador, Salty, o cão-guia, conseguiu salvar o dono para que este pudesse um dia contar a história, ambos sobreviventes do World Trade Center.

O mundo mudou desde então. Nada voltou a ser o mesmo porque o fanatismo persegue-nos mascarado de religião, de objectivos obscuros e de interesses sórdidos.

Para o terrorismo não há justificação, não há diálogo.

E muito menos perdão.








segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Studio 54"



Porque não imaginar um cenário cor-de-rosa, desejar passear no parque numa linda tarde de Outono e ir tomar um chá?

Que mal tem querer um Inverno com um champanhe à lareira?

Ou, quem sabe, Nova Iorque na Primavera, espreitar a antiga Studio 54, piscar o olho e sorrir…

Sim, porque não? Hoje todos os sonhos são permitidos à fifty-four...






domingo, 5 de setembro de 2010

"Something old...

... something new... something borrowed... something blue."