domingo, 1 de agosto de 2010

Este admirável mundo podre





Tenho andado a assistir a cenas que lembram o estilo do “Feios, Porcos e Maus”. As ditas passam-se numa sala de chat e de acesso reservado onde há de tudo, gente bem-disposta e gente maldisposta. Uns conversam animadamente e outros insultam-se e revelam os podres. C’est la vie!

Embora os factos e as pessoas sejam reais, os nomes que aqui escrevo são fictícios.

Cena I

Duas amigas. Uma é a Azeda e outra a Cascavel. Têm o desabrido costume de criticar uns e outros sem terem razão para tal. Um dos alvos é o Pateta I. Está este a conversar com uma brasileira e a Cascavel começa a lançar piadas cortantes para a geral acerca de ambos. A brasileira, que entretanto caiu de pára-quedas no meio da confusão, pergunta-lhe o que se passa. A outra é mal-educada e torna-se ainda mais cascavel, picando a brasileira a torto e a direito. Esta, perdida a paciência e já mais que fula, responde-lhe:

- Você vá mas é levar na bunda!

- E você vá à merda e vá prá p… (piii!) que a pariu! - responde a Cascavel.

- Quem vai prá p… (piii!) que a pariu é você! - riposta a de terras de Vera Cruz.

Vem de lá o Pateta I, selecciona os nicks da Cascavel e da Azeda e diz:

- Vocês são umas grandes p… (piii!) e umas grandes vacas! Só vêm para aqui gozar e insultar toda a gente. Suas p… (piii!)

Nesta altura já uma parte da sala deixou de escrever só para ler o papelinho, eu inclusive, que cenaças destas não se podem perder.

E depois é que se vem a perceber os porquês de tanto insulto.

Cena II

A Azeda marcou um encontro com o Revoltado (por acaso eu até li os detalhes). Ele foi e ela não. E ele o que faz? Expõe-na na sala e diz tudo tintim por tintim. Embora seja comedido nas palavras, diz-lhe também que ela anda a gozar toda a gente. O Pateta I leu o incidente e juntou-o à lista de pancada verbal a infligir à Azeda.

Cena III

Como cereja no topo do bolo, o Pateta I tem vários nicks, anda armado em 007 do Entroncamento e sabe tudo das duas porque, pelo que se percebe, ou andou enrolado com a Cascavel e as coisas deram para o torto ou então marcou um encontro e também ficou a ver navios. Presume-se que durante as boas relações com a cobra tenha sabido da longa história da amiga azeda com um certo Mentiroso que dizia ser livre mas que afinal era mais que casado! Na hora da guerrilha serve-se desse pormenor para atirar chumbo em todas as direcções. Segue-se mais peixeirada pública, engalfinham-se todos e aqui vai disto, é piiis com fartura!

Aquilo já está transformado numa grande salada russa e, verdade seja dita, o Pateta I tem alguma razão, embora não deixe também de ser um malcriado. A Cascavel é uma convencida sem limites, sem sombra de dúvida. Na realidade, é uma mal divorciada, mal amada e mal fodida e insulta tudo e todos só porque lhe apetece e tem falta de muita coisa. Além disso, já foi desmascarada por um “moderador” que lhe chamou mentirosa com todas as letras e apresentou as provas publicamente! Eu já tinha percebido que ela é mesmo uma grande aldrabona e já perdeu os parafusos pelo percurso. Também tem falta de uma coisa que eu cá sei e resolvia-lhe o histerismo em três tempos…

A Azeda é outra que tal, armada em Rainha de Nenhures, e o Pateta I é um destrambelhado, convencido de que é o Rambo de Monsanto. O Revoltado não parece ser má pessoa, pelo menos disse o que tinha a dizer com uma certa elegância e foi conversar com outras meninas mais calorosas e simpáticas. Borrifou-se para os azedumes.

Fiquei a pensar: sendo esta uma sala de adultos bem adultos, é obra! Se fosse a miudagem ainda se entendia, mas a lavagem de roupa suja de graúdos bem graúdos é outra conversa. Como diria a hilariante Isabelle Drummond, a Bianca da “Caras e Bocas”:



É A TREVA!



Não vou deixar de lá ir porque há gente simpática com quem troco umas linhas e dou umas gargalhadas. E tenho a sensação que aquele trio ainda me vai fazer rir muito mais. Até porque as duas comadres dão frequentes sinais de desentendimento mútuo e adoram desbobinar tudo em público. E quando se zangam as comadres…

Bem, já agora e a propósito da “treva”: esta novela da Globo é de chorar a rir, do melhor que já vi. Ali dizem-se coisas muito sérias a brincar, pondo a nu tudo o que há de ridículo e de mau no Ser humano, com um sentido de humor impagável e um elenco de luxo, como já é hábito. E o chimpanzé é um espectáculo! Depois desta novela, o Xico (que afinal é uma menina) foi para um santuário de animais, ao abrigo de um programa de defesa da vida selvagem. Aí viverá até ao fim dos seus dias, bem acarinhado e em paz e sossego. Saravá!




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