domingo, 22 de julho de 2007

Gosto de Ti


Gosto de ti... quando estás... quando não estás...
Quando penso em ti...quando sonho contigo...
Quando estás perto de mim iluminas-me o rosto...
E eu sorrio... muito... e fico tranquila...
Saboreando os momentos... devagar.... secretamente...
Porque não sabes como gosto... o quanto gosto...
Quando não estás... fazes-me falta...
E só penso quando te vou ver....
Quando vamos falar...
Quando te vou sentir perto de mim...
Gosto de ti... muito...
Gosto de gostar de ti...
Gosto que gostes de mim...
Gosto de ti... tanto...
E neste tanto há tanto gostar...
Tanto gosto num gosto...
Sabes-me a terra molhada...
A erva fresca...
A flores campestres...
Sabes-me a Estrelas...
A Lua...
A Sol...
A Mar...
Sabes-me a Ti...
E é de Ti que eu gosto...
Tanto... tanto... tanto...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Noites


Estas noites em que mal deito a cabeça no travesseiro e já o sono se espanta com os pensamentos que se atropelam, seguidos como as cenas de um filme, este filme que é a minha vida e do qual desconheço o epílogo, são as que mais me custam a passar, aqui fechada a sete chaves sem conseguir sair desta jaula que me prende.

Será que vou a meio ou estarei quase no fim do filme? Como ignoro quantos anos, meses, dias, horas ou segundos faltam para mudar de personagem não tenho outro remédio a não ser continuar nesta luta quase inglória para não perder o fio condutor da sanidade mental. Ou então já estou louca e não sei, quem sabe a realidade já me passou ao lado e vivo num mundo desconhecido com a sensação que tenho os pés assentes na terra.

Por vezes é tão mais fácil pensar, pensar e pensar! Mas quando tentamos escrever o muito que nos assola e invade o espírito parece que faltam as palavras ou talvez seja porque bloqueamos devido à dor que nos queima por dentro! A mim dói-me tanta coisa, talvez demais para suportar com aquele sorriso que tento manter para não me queixar. Sim, porque há sempre quem sofra mais do que eu, quem viva um verdadeiro inferno e não tenha um segundo de paz. Mas que posso eu fazer se ao tentar equilibrar os dois pratos da balança há sempre um que está desnivelado, há sempre alguém ou algo que falta? Como e onde encontro as respostas para as minhas perguntas? E pergunto tanto porquê, porquê? Porque quero algo tão simples e não tenho, mas porquê? Esta dor que me rasga a alma, que me faz isolar de tudo, que não me deixa sossegar, está sempre presente, por vezes escondida, por vezes tão visível, quase um corpo de carne e osso.

Quantas vezes afinal temos de fazer contas à vida e para quê? É para mais uma vez termos a noção de que somos tão frágeis que basta uma aragem mais forte para nos deitar abaixo? Quem não sabe já disso ou haverá ainda quem pense que é tão forte que nada o atinge? Se eu já vivi a amargura para que quero agora ter mais noção do que é? Conheço-a, sentia-a bem na pele e ainda sinto. E se eu sei como a vida é, se eu sei!

Como se não bastassem as nossas incertezas e as nossas batalhas internas, ainda há quem cruze o nosso caminho para nos magoar com todas as armas possíveis, com palavras que nos tiram a cor do rosto, que nos gelam o sangue, que nos atiram para um lugar ainda mais negro. Seremos também culpados de tudo o que não fazemos?

Buscamos a felicidade incessantemente, seguimos sonhos de todas as cores, procuramos na linha do horizonte o lugar que deverá ser o nosso refúgio, mas parece que se nos escapa por entre os dedos à velocidade da luz e quanto mais sentido queremos dar a tudo o que nos rodeia mais parece que não existe. Sabemos que não podemos perder a vontade mas é a vontade que se perde de nós, rindo da nossa fragilidade, da nossa incerteza, desta fraqueza humana que nos é característica.

Vamo-nos desligando da matéria para viver algo mais importante mas é só no silêncio da noite que quase atingimos algumas respostas, porque a luz do dia por vezes cega-nos. E se é um bem poder ver a luz do Sol também se torna numa provação tão dolorosa como a dor que quase nos impede de respirar, tudo gira à nossa volta e nós num estado de letargia difícil de ultrapassar, querendo fugir para o lugar mais longe e isolado que houver. Se o conseguíssemos depois ainda nos queixávamos mais porque a solidão é um castigo que nos deixa cicatrizes. A solidão que sentimos quando estamos acompanhados é a verdadeira mas a que sentimos por escolha própria não deixa de ser igualmente má, deixa-nos sem acção e sem desejo, deixa-nos à deriva num mar que nada tem de azul.

Sei que todas estas fases são passageiras mas quando as vivemos tornam-se numa tortura diária e parecem um livro que nunca acaba. Enquanto vivemos neste turbilhão de ideias nada do que nos pareça lógico tem realmente lógica, menos ainda ao romper do dia com os barulhos da cidade que começa a despertar. É a realidade lá fora a dizer-nos que perdidos ou não temos o nosso papel a fazer, que nada espera por nós e que se não seguirmos no comboio da vida ficamos apeados algures numa estação da nossa existência.

Se nada daquilo em que acredito se concretizar um dia, se não passarmos apenas de um corpo que vive e que morre, sem uma alma que segue o seu caminho para outra esfera na busca eterna do aperfeiçoamento, despindo-se a cada passo da maldade, se tudo isto forem meras suposições, então não sei para estamos nesta bola a girar num espaço do qual não conhecemos princípio, meio ou fim.

Aquele menino



Era uma vez um menino muito alegre, tinha uns olhos muito brilhantes, sempre sorridentes.

Numa manhã muito ensolarada de Outono os meus olhos encontraram os dele e ficaram presos, enfeitiçados, perdidos naquele mundo mágico que transmitia. Aquele menino entrou na minha vida como um vencedor e fez-me viver um conto de fadas que nunca mais se repetiu.

Foram dias e dias de felicidade, de ternura, de beijos, com a inocência da juventude. Eu só sonhava ficar com o meu príncipe encantado, só queria ser feliz com ele para sempre. Quando ele deitava a cabeça no meu ombro e eu sentia o perfume dos seus cabelos compridos e macios eu fechava os olhos e guardava aqueles momentos como tesouros. Quando ele me olhava ao longe e eu sentia que aquele olhar era meu, o meu mundo enchia-se de estrelas e ao mesmo tempo de medo de o perder.

E tanto aconteceu, tanto nos fizeram, que um dia o meu menino partiu para sempre. Então o mundo parou, veio uma imensa escuridão e grandes tempestades invadiram o meu coração. A dor da alma nunca mais desapareceu e passaram-se anos e anos, demais para quem não esquece tanto Amor.

Sonhei, sonhei, sonhei tanto em voltar a vê-lo! Aquele reencontro face a face que eu tanto queria não aconteceu mas as palavras escritas que trocámos depois fizeram-me sonhar de novo, o meu príncipe azul estava de volta! Quando finalmente conversámos ao telefone foi como se o tempo tivesse parado e nos tivéssemos falado na véspera, os anos passados tinham sido apenas uma migalha no tempo e afinal o que tinha mudado era a nossa vida... não o nosso amor.

Não fizemos promessas mas queríamos tanto trocar de novo aquele olhar! Só que a vida, por razões que desconhecemos, teimou em nos separar mais uma vez e o meu príncipe ficou naquela terra verde para lá do oceano. Ainda hoje recordo o som da sua voz, tão linda, tão quente, a voz do meu amor de toda a vida.

Não sei se esta história acabou para sempre, mas aquele menino continua comigo todos os dias, ausente mas sempre presente, ele é o impossível que eu quero ter. Quando me sinto perdida é nele que me refugio, são as suas palavras de consolo que eu ouço, tal como quando éramos dois jovens inocentes. E é o som da sua voz que me embala na noite escura e me seca as lágrimas de tantas... tantas saudades...

O meu menino não tinha um piano mas tudo o que eu vivi com ele foram notas de uma sinfonia inacabada...

É por ele que espero, ele é a minha estrela que me tira o medo ao escurecer.
.*.*.K.*.*.

O menino do piano, Mafalda Veiga

Vi um menino, com um piano,
No céu da minha cabeça,
Veio de tão longe, só para me pedir,
Que nunca o esqueça.

Vinha tocar o seu piano,
Como só nos sonhos pode ser,
Por entre as nuvens e as estrelas,
Apareceu quando me viu adormecer.

Ficou sentado perto de mim,
Onde mora a fantasia,
Quis-lhe tocar mas não se pode ter
A noite a iluminar o dia.

Soprou devagarinho uma estrela,
Que se acendeu na sua mão,
Disse-me... podes sempre vê-la,
Se souberes soprá-la no teu coração.

Vi um menino com um piano,
A despedir-se de mim,
Como uma nuvem fez o mar e partiu,
Nos sonhos pode ser assim.

Disse-me... está a nascer o dia,
Vou p'ra onde a noite se esconder,
Volto com a primeira estrela,
Para tu nunca teres medo ao escurecer.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

História de O.


Dizem que os laços de sangue são os mais fortes… mas não são…

Depende dos laços a quem o sangue nos liga… e nem sempre temos nele quem mais nos estima…

Mais um ciclo que se fecha… mais um ente querido que parte… naquela viagem de ida sem volta…

Não sei se é melhor para quem deixa esta existência… sei que é pior para quem fica a recordar…

Quero lembrar aquele sorriso... o som daquela voz que conheço desde que sou gente… lembrar-me sobretudo daquela tarde de Inverno… tomando um chá… um café… rindo de algo específico… sem maldade… rindo apenas…

E tudo aconteceu de acordo com a sua vontade… nem o Sol se esqueceu de iluminar a manhã da sua terra...

Ficaram as minhas rosas… perfumadas… uma singela homenagem…

O olhar ficou mais vazio… mas no coração permanece a imagem…

E o filme afinal deixou um título que cobrou toda a sua realidade…

História de...
O.
1929 - † 2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Fechada na minha concha


Pensas que eu cedo... que eu esqueço mais uma vez...

Apareces do nada para eu te "ver"... para saber que estás ali...

Não... não... não...

A tua "presença" já não é presença...

E um dia serás apenas uma "breve" passagem.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Sinto tanto, tanto, a tua falta

Eu fui devagarinho, com medo de falhar,
Não fosse esse o caminho certo para te encontrar,
Fui descobrindo devagar cada sorriso teu,
Fui aprendendo a procurar por entre sonhos meus.

Eu fui assim chegando, sem entender porquê,
Já foram tantas vezes, tantas assim como esta vez,
Mas é mais fundo o teu olhar, mais do que eu sei dizer,
É um abrigo pra voltar, ou um mar pra me perder.

Lá fora, o vento, nem sempre sabe a liberdade,
A gente finge mas sabe o que não é verdade,
Foge ao vazio, enquanto brinda, dança e salta,
Eu trago-te comigo e sinto tanto, tanto, a tua falta!

Eu fui entrando pouco a pouco, abri a porta e vi,
Que havia lume aceso e um lugar pra mim,
Quase me assusta descobrir que foi esse sabor,
Que a vida inteira procurei entre a paixão e a dor.

Lá fora, o vento, nem sempre sabe a liberdade,
Gente perdida balança entre o sonho e a verdade,
Foge ao vazio, enquanto brinda, dança e salta,
Eu trago-te comigo e sinto tanto, tanto, a tua falta!

Lá fora, o vento, nem sempre sabe a liberdade,
Gente perdida balança entre o sonho e a verdade,
Foge ao vazio, enquanto bebe, dança e ri,
Eu trago-te comigo, e guardo este abraço... só pra Ti.

Gente perdida, Mafalda Veiga

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Always spellbound by a Moonspell

De Ti... só quero um sorriso...

... ficarei feliz...

... e guardá-lo-ei... como um tesouro...

... moony...

terça-feira, 3 de julho de 2007

Mulher


Mulher…

Tu que choras as tuas Desventuras,
As tuas Mágoas,
Com lágrimas de Fogo,
E a alma Rasgada,

Tu que sofres calada,
As Agruras,
As Dores,
As Traições,
As Injustiças,
A Indiferença…

Lembra-te que…

Tu és a Fonte,
O sinónimo de Vida,
De Esperança,
De Compaixão,
De Amizade,
De Ternura,
De Fidelidade,
De Amor…

Mulher…

Não desistas de ser…
O Ser que dá frutos,
Que Cria,
Que Alimenta,
Que Consola,

Não cedas,
Á Tristeza,
Ao Desamor,
Á Solidão,

Não deixes a tua Força,
A tua Vontade,
O teu Querer…

Mulher…

Continua a comandar o teu Barco,
O teu Destino,
Guia-te pela tua Luz,
Caminha confiante
Com passos seguros,
Certos, Belos,
Pela Linha que te rege,
Pelo horizonte do Sorriso…

Mulher…

Ouve a tua Voz interior,
Segue o teu Instinto,
Deixa-te levar pela Intuição…

Sorri ao mundo e diz:

- Eu sou Mulher, Eu quero, Eu posso!

Não olhes para trás, não vaciles…

Se do Passado o Mal não se esquece,
Muito menos se esquece o Bom do Presente,
Mas melhor ainda… é o Segredo do Futuro…

Mulher…

Abre as janelas das cores de todas as Alegrias,
Enfeita-te de Flores e Beijos,
Bebe a Água fresca da Fonte,
Come o Pão das Espigas,
Canta o Amor…

Solta os cabelos ao Vento,
Adorna-te de Nuvens,
Perfuma-te de Pétalas,
Calça sandálias de Chuva,
Com laços de Sol,
Dança com os Anjos…

Mulher…

Mostra o melhor que há em ti,
Sê apenas…


Mulher


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Recado

Para aquele espertalhão que veio ler o meu blog e depois se pôs na sala a parafrasear o meu perfil, tenho a dizer o seguinte:

1. É um golpe muito baixo, direi mesmo duplo por estar disfarçado de visitante.

2. Por muito que se deteste uma pessoa há muitas formas de a enfrentar, por isso convido-o desde já a revelar quem é e diga qual é o seu problema.

3. Não se esqueça do... cá se faz... cá se paga, mais tarde ou mais cedo pagamos todos. Faça um acto de contrição, reze mil Pai-Nossos e mil Ave-Marias, faça exorcismo, introspecção, o que quiser, mas...

Tenha vergonha na cara!

domingo, 1 de julho de 2007

Se tu viesses ver-me...


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca